Quatro indígenas ficam feridos após novo conflito em área em disputa, em Guaíra

  • 28/08/2024
(Foto: Reprodução)
Área é disputada por povo Ava-Guarani e ruralistas da região. Povo Ava-Guarani diz que foram sete indígenas feridos. Indígena grava conflito com moradores de área em disputa no Paraná Um novo conflito entre indígenas e moradores próximos a uma área em disputa, em Guaíra, no oeste do Paraná, deixou feridos informou a Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (28). Segundo a PF, o conflito começou por volta das 23h de terça-feira (27). A área disputada pelo povo Ava-Guarani e ruralistas, fica na região do Bairro Eletrosul. Segundo a Comissão Guarani Yvyrupa o ataque ocorreu por parte dos moradores do bairro na tentativa de expulsar os indígenas da região. ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp ✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram O conflito por demarcação de terra na região oeste do estado é histórico. Indígenas reivindicam novos lugares porque, durante a construção da Usina de Itaipu, muitas áreas rurais das duas cidades ficaram alagadas e as áreas ocupadas seriam de terras que não passaram por processo de demarcação. Leia mais abaixo. A representantes da comunidade indígena Ava-Guarani, Nina Rios, afirma que sete indígenas ficaram feridos, sendo três mulheres, um homem e três adolescentes. Em imagens feitas por outra indígena que vive na área, é possível ouvir diversos sons. Assista ao vídeo no início desta reportagem. Indígena grava conflito com moradores de área em disputa no Paraná Reprodução "Se eles atirarem, deixem que atirem. Se for para a gente morrer pela terra, vamos morrer mais uma vez. É a nossa terra, é a nossa terra mãe que nós estamos protegendo. Chega deles. Vocês conseguiram ouvir esse tiro?", diz mulher indígenas após estrondos. Segundo a PF, forças de segurança estiveram no local e o conflito cessou. Os quatro indígenas precisaram de atendimento hospitalar. Ainda de acordo com a Polícia Federal foi iniciada uma investigações para apurar a responsabilidade criminal dos envolvidos no conflito. Segundo a Comissão Guarani Yvyrupa no momento forças de segurança estão reunidas no local e não houve registros de novos conflitos até o início da tarde desta quarta-feira (28). Leia também: Ponta Grossa: Mulher grávida é morta a facadas na frente da filha de dois anos e principal suspeito é o marido dela Londrina: Idoso encontrado em geladeira foi morto após suspeitos pesquisarem sobre ele na internet Trânsito: Gestante e outra mulher morrem e criança e adultos ficam feridos em acidente entre dois carros e caminhão O que dizem os envolvidos O presidente do Bairro Eletrosul, Marcos Oliveira, afirmou para a RPC que moradores do bairro montaram acampamento próximo da área onde estão os indígenas. Ele disse que o sentimento é de indignação, porque a "lei não está sendo cumprida" e que os indígenas não poderiam estar ali. Marcos afirmou que eles não são contra a causa dos indígenas, mas sim, contra o que chamou de "movimento de invasão". Ele não soube informar se moradores do bairro ficaram feridos. O secretário de Segurança de Guaíra, Raymundo Castano, disse que a Guarda Municipal da cidade foi até o local de conflito, mas não atuou por se tratar de uma questão que cabe a Força Nacional. Em nota a Comissão Guarani Yvyrupa afirmou que a situação começou quando não indígenas começaram a construir uma casa nas imediações da área da ampliação da Terra Indígena Tekoha Guasu Guavira e que estavam provocando e insultando os indígenas. Mais tarde, segundo a comissão, perto das 23h, continuaram a construção e iniciaram a instalação de cercas. "A área foi completamente cercada por não indígenas que estouraram fogos de artifício e fizeram constantes disparos em direção à comunidade", diz trecho da nota. A comissão afirmou ainda que os ataques vêm ocorrendo mesmo com a presença da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) na região, inclusive no atual episódio. "FNSP estava no local do conflito, mas não teve capacidade de evitar os feridos", afirma a comissão. O g1 acionou a Força Nacional pedindo esclarecimentos sobre o novo conflito e contingente fixo da corporação na cidade, mas não obteve retorno até esta publicação. O Ministério dos Povos Indigenas afirmou que está verificando as informações e que deve se manifestar posteriormente. A Secretaria de Segurança Pública do paraná não se manifestou até esta publicação. Conflitos recentes Em janeiro desse ano, um conflito entre indigenas e agricultores, deixou quatro pessoas feridas. Após o conflito, a Força Nacional foi mandada para Guaíra. Relembre: Testemunha afirma que grupo de indígenas estava em ritual sagrado quando foi atingido por tiros em Guaíra Em julho deste ano, em um conflito durante a ocupação das terras em Terra Roxa, uma indígena acabou sendo baleada na perna, na situação. Em Guaíra, um agricultor por atingido por uma paulada na cabeça. A propriedade rural fica perto de uma área demarcada e que é de responsabilidade do governo federal. A segurança do local foi reforçada pela Polícia Militar (PM), Batalhão de Polícia Militar da Fronteira (BPFRon) e da Força Nacional. Justiça suspende reintegração de posse em área disputada Recentemente o Tribunal Regional da 4ª Região (TRF-4) acatou um pedido do Ministério Público Federal (MPF) e suspendeu a reintegração de posse em uma região disputada por indígenas e ruralistas. Atualmente são três áreas ocupadas na região, sendo duas no município de Guaíra e uma em Terra Roxa. A decisão do TRF-4 também suspendeu outra determinação da 2ª Vara Federal de Umuarama (PR) que proibia a aquisição de imóveis em áreas em disputa por parte da Itaipu Binacional para abrigar as comunidades indígenas. Na decisão, o STF afirma o tal impedimento "violaria o princípio da livre iniciativa, ao proibir a Itaipu Binacional de adquirir as terras e vendê-las aos indígenas e seria formalmente irregular, vez que a Itaipu não é parte no processo". Com a suspensão, a empresa afirmou que seguirá com os trâmites já iniciados para a aquisição de áreas para assentamento das famílias indígenas Avá-Guarani na região. A nota diz ainda que a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Ministérios dos Povos Indígenas estão conversando diretamente com a usina para identificar as áreas e as comunidades interessadas para que a empresa possa fazer a aquisição, conforme orientação dos órgãos federais. A nota encerra afirmando que a proposta está dentro da política de reparação da Itaipu para com os povos originários em razão do alagamento das terras deles para a construção do reservatório da usina, nos anos 1980. "As áreas de retomada nas quais se encontram os indígenas estão dentro do território identificado e delimitado pela Funai como de ocupação tradicional do povo Avá Guarani. Os indígenas, no entanto, têm sido vítimas de violência e ameaças praticadas por pessoas vinculadas a ruralistas da região, na tentativa de executar uma remoção forçada", diz nota emitida pela Funai. VÍDEOS: Mais assistidos g1 PR Leia mais notícias da região em g1 Oeste e Sudoeste.

FONTE: https://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2024/08/28/novo-conflito-entre-indigenas-e-moradores-proximos-a-area-em-disputa-deixa-feridos-em-guaira.ghtml


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